Este texto apresenta os resultados de uma pesquisa realizada pela EDX, a plataforma de cursos associada à Harvard e ao MIT, que capturou as percepções sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) no futuro do trabalho.
Nesta pesquisa os executivos acreditam que ‘49% das competências da força de trabalho atuais não serão relevantes nos próximos dois anos,’ e que 47% dos profissionais ‘não estão preparados para o futuro do trabalho.’ Além disso, a pesquisa sugere que 56% das funções profissionais de nível inicial serão eliminadas, corroborando uma visão distópica do futuro.
Por outro lado, a Forbes também entrevistou executivos com uma perspectiva mais cética sobre o impacto da IA, que veem a IA como um potencializador das habilidades humanas. Esses líderes acreditam que o processo de destruição e criação de novas funções será mais equilibrado e saudável para a sociedade em geral. Em resumo, existem vozes que sustentam uma visão positiva e até utópica desse impacto.
Indiferente da perspectiva adotada, ao observar os acertos e erros na construção desses cenários, é evidente que a realidade sempre se situa entre o distópico e o utópico. Podemos refletir sobre as transformações ocorridas no mundo do trabalho em decorrência da pandemia: algumas transformações foram irreversíveis, enquanto outras foram parcialmente revertidas. Em última análise, a realidade é um meio-termo, pois o futuro é constantemente moldado e remodelado na jornada das lutas diárias.
Independentemente da direção que a realidade seguirá, uma consequência clara emerge: a força de trabalho requer um esforço significativo de reskilling, como nunca antes visto. Isso se aplica tanto em termos de quantidade de pessoas a serem treinadas quanto em relação à velocidade das mudanças. Essa necessidade impactará todas as empresas, embora em graus diferentes, dependendo de vários fatores. A solução é consideravelmente mais complexa do que simplesmente substituir profissionais não qualificados por aqueles que estão ‘atualizados.’
Não é viável desligar metade da força de trabalho e, em seguida, recontratar com a crença de que isso resolverá a obsolescência tecnológica, pois todos serão afetados. As empresas precisam reconhecer que, para se tornarem competitivas no futuro, é essencial construir uma organização na qual a cultura de aprendizado seja um dos pilares fundamentais. Os colaboradores devem estar continuamente aprendendo e ensinando uns aos outros em um processo que promova a renovação e a sustentabilidade competitiva das empresas.
*https://forbes.com.br/carreira/2023/10/metade-das-competencias-profissionais-serao-irrelevantes-em-2025-diz-estudo/#foto7